Existe uma necessidade urgente de agir na área da sustentabilidade ambiental, algo que sempre fez parte do artesanato através do recurso a matérias-primas e processos de produção naturalmente sustentáveis.
Parte da produção artesanal tem evoluído continuamente devido a múltiplos factores sociais, culturais e económicos, sendo que a produção artesanal, que se relaciona directamente com formas e tradições locais, corresponde, na verdade, a uma herança cultural material. Além de ser protegido, o artesanato precisa de reafirmar o seu papel na sociedade enquanto pilar fundamental no caminho para uma civilização evoluída, cultural e ecologicamente responsável.
O impacto do artesanato na área da coesão social e territorial tem sido negligenciado no passado e deve agora ser mapeado e dirigido de forma mais eficiente.
Nunca a criatividade desempenhou um papel tão importante: a economia global está a redesenhar-se e as novas tecnologias desafiam os modelos de gestão tradicionais. O crescimento da economia criativa tem apelado a um leque de competências e de saber característicos do artesanato e úteis a esta nova era.
Com o desenvolvimento da Inteligência Artificial torna-se cada vez mais fundamental preservar e estimular competências humanas.
Os consumidores estão cada vez mais informados e exigentes, procurando identidade, autenticidade, originalidade, qualidade e uma preocupação ecológica junto dos produtos que adquirem.
Existem formas contemporâneas de artesanato, resultantes das várias evoluções tecnológicas a que temos assistido neste século, que têm de ser identificadas, sistematizadas e potenciadas.
O artesanato encontra-se intimamente relacionado com outras áreas de produção artística e cultural, como por exemplo as artes visuais, o teatro, a performance, a música ou a gastronomia – campos de interacção que necessitam de um maior aprofundamento e estímulo.